quinta-feira, junho 02, 2005

Pão e Poesia

Felicidade
É uma cidade pequenina,
É uma cidade pequenina,
É uma casinha, é uma colina,
Qualquer lugar que se ilumina
Quando agente quer amar.

Se a vida fosse trabalhar nessa oficina,
Fazer menino ou menina, edifícil a maracá
Virtude, vício, liberdade e precipício
Fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar

Se a vida fosse o meu desejo
Dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
E o portão do paraíso é teu abraço
Quando a fábrica apitar

Não há paisagem entre o pão e a poesia
Entre o Quero! e Não queria, entre a Terra e o luar
Não é na guerra, nem saudade, nem futuro
É o amorno pé do muro sem ninguém policiar

É a faculdade de sonhar,
É uma poesia que principia quando eu paro de pensar
Pensa na luta desigual. Na força bruta, meu amor.
Que te maltrata entre o almoço e o jantar

O lindo espaço entre a fruta e o caroço
Quando explode é um alvoroço que distrai o teu olhar
É a natureza onde eu apareço
Metade da tua mesma vontade escondida em outro olhar

E como o doce não esconde a tamarinda
Essa beleza só finda quando a outra começar
Vai ser bem feito nosso amor daquele jeito
Nesse dia feriado não precisa trabalhar

Pra não dizer que não falei da fantasia
Que acaricia o pensamento popular
O amor que fica entra a fala e atua boca
Nem mesmo apalavra mais louca
Consegue significar
Felicidade!

Morais Moreira / Fauto Nilo

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