domingo, novembro 07, 2004

A terceira margem do rio

Água da palavra
Água calada, pura
Água da palavra
Água de rosa dura
Proa da palavra
Duro silêncio, nosso pai

Margem da palavra
Entre as escuras duas
Margens da palavra
Clareira, luz madura
Rosa da palavra
Puro silêncio, nosso pai

Asa da palavra
Asa parada agora
Casa da palavra
Onde o silêncio mora
Brasa da palavra
A hora clara, nosso pai

Hora da palavra
Quando não se diz nada
Fora da palavra
Quando mais dentro aflora
Tora da palavra
Rio, pau enorme, nosso pai
Caetano Veloso / Milton Nascimento

Tubi Tupy

Eu sou feito do resto de estrelas
como o corvo, o carvalho e o carvão
As sementes nasceram das cinzas
de uma delas depois da explosão

Sou o Índio da estrela veloz e brilhante
O que é forte como o jabuti
O de antes de agora em diante
E o distante galáxias daqui

Canibal tropical, qual o pau
que dá nome à nação renasci
Natural, anológico e digital
Libertado astronauta Tupi

Eu sou feito do resto de estrelas,
Daquelas primeiras depois da explosão
Sou semente nascendo das cinzas
Sou o corvo, o carvalho, o carvão

Meu nome é Tupy, Guaykuru!
Meu nome é Peri de Ceci
Eu sou neto de Caramuru
Sou Galdino, Juruna e Raoni

E no Cosmos de onde eu vim
com a imagem do caos
Me projeto futuro sem fim
pelo espaço, num tour sideral
Minhas roupas estampam em cores
a beleza do caos atual
as misérias e mil explendores
do planeta Neanderthal
Lenine/Carlos Rennó

Pra quem tem Orgulho de ser
BRASILEI RO