domingo, junho 05, 2005

Janela para o mundo

Da janela, o mundo até parece o meu quintal
Viajar, no fundo é ver que é igual
O drama que mora em cada um de nós
Descobrir no longe o que já estava em nossas mãos

Minha vida brasileira é vida universal
É o mesmo sonho, é o mesmo amor
Traduzido para tudo o que de humano for
Olhar o mundo é conhecer
Tudo o que eu já teria de saber

ESTRANGEIRO EU NÃO VOU SER!!!!
CIDADÃO DO MUNDO EU SOU!!!!

Milton nNascimento e Fernando Brant

Coração do Mato

Por um amor ingrato meu peito queimou
Foi um olho-de-gato que a chama da dor riscou
Que nem um fogo-fátuo a brasa se alastrou
Meu coração do mato então se incendiou

Depois da labareda meu peito secou
Mas em cada alameda um grão do pó do chão brotou
Veio o bicho da seda e fez renda de flor
E o coração vereda então reverdejou

Ah! Coração!
Sertão sem fim outra vez se encheu de cor
Floresceu dentro de mim
O pé de um novo amor...

Sérgio Santos / Paulo César pinheiro

E agora rapaz?

Não vejo o sol
Não vejo a lua
não vejo os óio do meu amor

Ai qui dô!
Ai qui dô!

No outono floriu
No inverno esquentou
Na primavera sentiu
No verão esquentou

Quando quis dar por mim
Era noite demais
Era escuro demais
Era tarde demais
E agora, rapaz?
E agora, rapaz?

Dinho Caninana

quinta-feira, junho 02, 2005

Pão e Poesia

Felicidade
É uma cidade pequenina,
É uma cidade pequenina,
É uma casinha, é uma colina,
Qualquer lugar que se ilumina
Quando agente quer amar.

Se a vida fosse trabalhar nessa oficina,
Fazer menino ou menina, edifícil a maracá
Virtude, vício, liberdade e precipício
Fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar

Se a vida fosse o meu desejo
Dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
E o portão do paraíso é teu abraço
Quando a fábrica apitar

Não há paisagem entre o pão e a poesia
Entre o Quero! e Não queria, entre a Terra e o luar
Não é na guerra, nem saudade, nem futuro
É o amorno pé do muro sem ninguém policiar

É a faculdade de sonhar,
É uma poesia que principia quando eu paro de pensar
Pensa na luta desigual. Na força bruta, meu amor.
Que te maltrata entre o almoço e o jantar

O lindo espaço entre a fruta e o caroço
Quando explode é um alvoroço que distrai o teu olhar
É a natureza onde eu apareço
Metade da tua mesma vontade escondida em outro olhar

E como o doce não esconde a tamarinda
Essa beleza só finda quando a outra começar
Vai ser bem feito nosso amor daquele jeito
Nesse dia feriado não precisa trabalhar

Pra não dizer que não falei da fantasia
Que acaricia o pensamento popular
O amor que fica entra a fala e atua boca
Nem mesmo apalavra mais louca
Consegue significar
Felicidade!

Morais Moreira / Fauto Nilo