A minha casa é uma caixa de papelão ao relento
Brasa dormindo contra o vento
Semente plantada no cimento
Criança na calçada
A minha casa é geladeira televisão sem nada dentro
Fogo que se alimenta do seu próprio alimento
Corpo com corpo dando alento
Pra campanha do agasalho
O meu cenário é a fria luz da madrugada
Dando espetáculo por nada
Calçada da fama iluminada
Pela Eletropaulo
A minha casa é a maloca rasgada no futuro
É o inverno é o eterno enquanto duro
Osso duro osso duro que ninguém
Há de roer
A minha casa é o céu e o chão caroço bruto
Catado no vão do viaduto
Dando pro Anhangabaú
Da felicidade
(José Miguel Wisnik)
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Inverno (Anhangabaú da Felicidade)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário